Falo tanto sobre o que sinto, que pouco falo sobre o que sou e eu sou assim. Choro pra todos os cantos, sem me desmanchar nunca. Ignoro qualquer palavra de amor, embora as use constantemente. Gosto de silêncio pra identificar verdades nos olhos. Eu sei que sou estranha. E eu adoro estar ali, doar o meu.. Embora nunca o faça. Sou discreta também. Falo pouco, só o suficiente, talvez nem isso. Prefiro ouvir e chorar. Sim, choro muito. Mas coisas peculiares são as que provocam o melhor em mim e de mim. Dispenso diálogos ensaiados, eu me encanto em pessoas transbordadas, que saem por aí com os pedaços derretidos de si mesmos nas mãos, sem saber o que fazer nem por onde começar a abrigar tanto sentimento brotado. Converso com flores e árvores e conto pra elas, por telepatia a minha inveja por serem quem são. Gotas de limão estão sempre presentes na minha comida porque gosto de refletir o quão azeda é essa parte da minha vida que me esconde até de mim. Amo, mas não falo. Inclusive, me culpo por todas as vezes. Perco pessoas e sou péssima em recuperá-las: deixo-nas ir com esperança de que voltem quando quiserem já que minhas portas ficam sempre e sempre abertas. Raríssimas voltam, mas em compensação, deixei de me achar uma má companhia. Sou só singular e vivo assim. Singular. Minha melhor companhia é o carinho que me faço enquanto estou vivendo a minha vida com a calma que sei que preciso, já que por muito tempo não soube viver assim. Odeio esportes, mas corro por obrigação: corro contra o tempo, pra sentir o vento, pra respirar e até pra fugir de mim, às vezes. E choro. Meu Deus, como choro. Choro mas não sou triste, choro porque me esvazio. ES-VAZIO... Chorar é a melhor estratégia que já encontrei pra deixar o vazio de lado e voltar a me amar.
- Gerar link
- X
- Outros aplicativos
Comentários
Postar um comentário