Me recuso a ser adulta
Aquele que se nega a ser adulto
Ser adulto, cansa, pode crer, por isso fujo dessa vida, apesar de eu ter muitas responsabilidades eu não irei fugir delas, mas irei ter idéias de criança... Acreditar que o mundo é justo e que todo mundo é bom, pessoas honestas e de bom coração.
Quero que as coisas ruins da vida passem despercebidas, pelos olhos inocentes de uma criança que supostamente sou eu. E me encantar com as coisas legais dessa vida SIMPLES E SEM MAIORES COMPLICAÇÕES. Chega de grandes compromissos, papeis importantes, chega do meu computador (se eu agüentar),noticias deprimentes, contas, fofocas, amores impossiveis e a necessidade de atribuir um valor monetário a tudo que existe. Não quero ser adulta e ter que ter uma carreira profissional e constituir uma familia. Não quero mais dizer adeus a pessoas queridas e, com elas, a uma parte da minha vida. Elas ficam, a partir de agora, eternamente vivas no meu mundo da imaginação. Quero deitar a cabeça em meu travesseiro todas as noites, chamar ao Deus Todo-Poderoso de "Papai do Céu" e apagar cinco segundos depois. Quero ter a certeza de que Ele está mesmo no céu, e que durante o sono nos encontramos e conversamos um monte. Quero tomar banho de chuva e depois ficar uma semana com resfriado. Quero andar me equilibrando nas beiradas das calçadas. Quero levar duas horas comendo o meu Galack, torcendo para que ele nunca acabe. Quero ficar feliz quando amadurece a primeira manga, ou quando tenho que colher todas as goiabas para fazer doce na panela de barro. Quero poder passar as tardes de verão à sombra de uma árvore, construindo castelos no ar e dividindo-os com meus amigos. Ler um livro empoleirada numa arvore do fundo do quintal. Quero que as maiores competições em que eu tenha de entrar sejam um jogo de cartas, dominó ou nadar no rio... Eu quero voltar ao tempo em que tudo o que eu sabia era o nome das cores, dos números de 1 a 10, das cantigas de roda, recitar a "Batatinha quando nasce" e isso não me incomodava nadinha, porque eu não tinha a menor idéia de quantas coisas eu ainda não sabia... Voltar ao tempo em que se é feliz, simplesmente porque se vive na bendita ignorância da existência de coisas que podem nos preocupar e aborrecer. Eu quero acreditar no poder dos sorrisos, dos abraços, dos agrados, das palavras gentis, da verdade, da justiça, da paz, dos sonhos, da imaginação, dos castelos no ar e na areia. E o que é mais: quero estar convencida de que tudo isso vale muito mais do que o dinheiro! Por isso, tomem aqui as chaves da casa, a lista do supermercado, os trabalhos da faculdade, o talão de cheques, os cartões de crédito, o contracheque, os crachás de identificação, a declaração de renda, a declaração de bens, as senhas do meu computador e das contas no banco, e resolvam as coisas do jeito que quiserem. A partir de hoje, isso é com vocês, porque eu estou me demitindo da vida de adulto. Agora, se você quiser discutir a questão, vai ter de me pegar, porque... PIQUE! O PEGADOR ESTÁ COM VOCÊ! e, para sair do pegador, só tem um jeito: demita-se você também dessa sua vida chata de adulto, e venha brincar comigo. Vamos andar na chuva sem medo do resfriado. NÃO TENDO MEDO DE SER FELIZ! Afaste-se das complicações criadas pelo mundo dos adultos. Dos sentimentos mesquinhos e pequenos deste mundo. Por que louco é aquele que deixou de ser criança, tendo apenas mais de 18 anos.
Adoro essa minha eterna infância!!!
Comentários
Postar um comentário